domingo, 19 de dezembro de 2021

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     Eu fiz um design bacana, consegui colocar o link para a postagem ficar a um clique de distancia e fui dormir, ao acordar e perceber que não houve ao menos um acesso, me senti mais livre para escrever esse texto que agora você ler (ou não).

    Eu gostaria muito de ser o filho pródigo, antecipar a herança, viver de forma inconsequente e até mesmo ter uma segunda chance, mas como foi narrado em "prolixo'' eu era a criança que deixava de tomar sorvete na sobremesa me preocupando em não ficar mal acostumado caso os dias difíceis viesse e quando eles chegaram, eu só consegui pensar que era melhor que eu tivesse a lembrança do sorvete nas tardes de domingo. 

    Li certa vez, que se você não tem uma divida, você esta na frente da grande parte do Brasil, o dinheiro nunca esteve em abundancia mas sempre preferi pagar no débito, só para garantir a paz ao colocar a cabeça no travesseiro, e ainda assim com a fatura do mês paga a gente corre atrás da do mês seguinte como um hamster que corre ao infinito.

    Em 2022, eu chego aos meus 27 anos e admito que por sempre considerar a lealdade um dos meus maiores valores, é uma surpresa olhar ao redor e ver tão pouca gente que se manteve com o passar dos anos, questiono o quanto é culpa minha da solidão que insiste em falar mais alto na madrugada, quando eu tinha meus 23, acreditava que 4 anos seriam suficientes para se viver uma vida, e chegaria esse número que costuma encerrar a vida dos astros do rock já com minha obra imortalizada, nesse meio tempo, achei motivos que me fizeram querer ficar mais velho, admirar a passagem do tempo e assim como eu os encontrei, os perdi.

   Será se sabendo que só temos um ano de vida, viveríamos mais intensamente do que uma vida inteira de incertezas? É do meu imaginário que Drummond descobriu uma doença ainda jovem mas viveu bastante, deve ser bom ou ruim viver como se não houvesse um amanha e esse amanha chegar? 


   Quando fui assaltado e corria como um meu eu de 15 anos, cheguei a pensar que morrer com dinheiro na conta seria uma verdadeira tragédia, depois me questionei como estava minha vida para eu tomar a decisão de correr, logo depois pedi demissão. 


    Começo o ano com o velho questionamento será se minha realização e o que me dá dinheiro estão alinhados? Eu sempre valorizei muito coisas simples, mas nesse caminho quase na contramão a gente se questiona o quanto de razão tem a maioria, ainda que toda a vida tenha ensinado que ela esta errada. 

Quem sabe seja isso, com o prazo de um ano, eu finalmente finalizaria o blog, faria mais um ou dois livretos, falta a urgência ? 


é domingo e o tempo tem sua distorção própria, o conceito de a hora do almoço é adiado e só quero adiar essas preocupações, até amanha. 


Luan  

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