quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Alô?

   De forma consciente ou não, ela sempre me ligava no momento do jogo e perguntava se eu estava ocupado e claro que sem hesitar respondia que não, ia para o quintal para ter a Lua de plano de fundo para nossa conversa, tão bela, tão distante e não estou falando apenas da Lua. 
   Conversas demoradas sobre amenidades, sobre a vida e sobre o amanhã, que por conta do horário, pela aula do dia seguinte não estava sendo pessoalmente mas eram como sonhar. 
    De jogos de perguntas a cantar os sucessos do passado, as horas passavam de forma extremamente rápidas, felizmente as ligações eram ilimitadas se não dariam um valor bem alto ainda assim abaixo do que elas valiam. 
    Em jogos mais importantes eu deixava a tevê no mudo e ela se zangava se eu deixava escapar um grito de Gol ou Touchdown, 
     Essa semana teve o Super bowl, foi incrível, um roteiro de filme e meu coração acelerou, teve de tudo de tristeza de pensar que era o fim e a alegria eufórica de dá a volta por cima e renovar a fé que nada é impossível. O jogo não poderia ter sido melhor, assisti tudo, ela não ligou, já não liga a algum tempo. Fico com boas lembranças, a companhia das estrelas e a esperança que o jogo vire antes do fim. 

Luan Gabriel S.S.

Grão de Café

    A arte esta em todos os lugares, até nas praças ou principalmente nelas. Conheci varias na época do ensino médio quando desbravava a cidade a pé, tempo em que a forma de se deslocar era outra, tudo era visto por um outro ângulo... em uma dessas praças entre outros produtos artesanais, prometiam colocar um nome em um grão de arroz e eu que a havia apelidado carinhosamente de grão de café por ser pequena, morena, cheirosa e essencial, considerei ser um gênio quando ouvi o artesão perguntar pela segunda vez "Grão de Café??'' 
     Grão de Café num grão de arroz, é um daqueles momentos que eu me sinto como o Peter Pan " Sou muito esperto", como quando escrevi um poema chamado segunda-feira e postei na terça ou quando escrevo a palavra azul de vermelho, a forma diverge da essência paradoxos dignos de Humberto Gessinger. 
     Coloquei todo orgulhoso meu cordão e lá ele ficou por muito tempo, mesmo depois que ela partiu até que um dia por descuido acabou quebrando, o pingente era de vidro e ainda assim não o tirei. Sempre que eu sou questionado por andar com um pedacinho de vidro no pescoço, respondo: "As vezes a saudade doí"

Luan Gabriel S.S.