segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Portões

   Viajei muito pelo Brasil antes de criar raízes em Teresina e as vezes acho o Pará mais parecido com Minas do que a zona Sudeste e a Leste de Teresina e minha realidade sempre foi a zona Sul-centro e até onde eu conseguisse ir a pé, felizmente sempre gostei de caminhar bastante o que me proporcionou conhecer muitos lugares e muitas rotas diferentes que levam ao mesmo lugar, era mais prazeroso quando a violência ainda não era tão severa e eu tinha a companhia dos meus fones de ouvido.
   Chega a ser curioso, injusto talvez que seja justo na Zona Leste que exista um lugar que mexa tanto comigo, além da ponte,a parte rica dá cidade, pelo fato da Universidade ser lá  confesso que já fui lá a pé algumas vezes porém existe um condômino,melhor dizendo dois.Lado a Lado, com nomes de Santas com a mesma letra,palco de trés noites de minha vida que me mudaram radicalmente.
      A primeira Noite já foi retratada em um texto anterior.Uma noite que não deveria ter fim é o titulo.Ela teve fim e vinharam outras e se na primeira vez fui de circular,ônibus que não podia ter um nome melhor, decidir me da o luxo de ir de moto táxi na segunda vez, como foi uma decisão de ultima hora e tinha saído de casa contando com as duas horas que iria perder no caminho acabei chegando muito cedo, cedo demais. Não tinha ninguém conhecido e umas crianças brincavam na quadra, tinham uma brazuca,era tempo de Copa do Mundo, me chamaram para jogar e claro que sempre ando com um short dentro da bolsa pois nunca se sabe né? Era crianças mesmo a mais velha com 14 e a mais nova com uns 8, uma garotinha tão pequena mas que sempre me desarmava pois tinha medo de machuca-la. Pequenas e rápidas, Corri e sorri bastante, infelizmente foi o ponto alto do dia. Depois começou a festa da qual tive muitas chateações e um dos meus maiores arrependimentos de não ter dado um soco num cara, mas quem sabe é melhor assim.As consequências pós festas que foram cruéis, me auto condenei a um exílio bem longo ... 
      A terceira vez foi no ultimo semana, no qual eu devia está estudando para as provas,paciência.
Não sou eu que marco a data das provas e muito menos o dia que ela ia nascer.Fui já preparado para dá merda,pois sempre dá, o máximo que conseguimos fazer é dá risadas no meio disso tudo e dessa vez deu certo. 
       Sempre saio uma pessoa diferente.É a simples presença dela, mesmo quando não fala comigo.
Lamentei que Chico não se candidatou pois acho que seria bem oportuno o projeto de lei que obriga as pessoas serem felizes,ao mesmo tempo acho que a palavra obriga fica fora de contexto e aceito minha alegria e tristeza conquistadas por mim em minhas livres escolhas, encerro essa pequena abordagem a politica dizendo que poucas vezes ri tanto quanto quando a coxinha acertou o para-brisa do carro no estacionamento.  
        Gosto mais da Praça Saraiva,gostaria mais ainda se ela fosse segura mas serviu bem para plano de fundo para meu romance mas impossível negar que não sou o mesmo ao atravessar aquele portões que abrem só como magica e as vezes me levam ao céu, as vezes ao inferno e agora ao futuro.

Luan Gabriel S.S.

Sobre a Dor.

A dor é importante também
Faz quem somos.
Nos avisa para tirar a mão do fogo 
Nos faz pensar duas vezes antes de fazer a mesma merda de novo

A dor de uma mordida no ombro 
Um leve masoquismo 
A dor da saudade 
Importante para valorizar os encontros 

Mas desejo mesmo é que daqui para frente 
Toda Dor seja Dor de Barriga
Provocada por muitas gargalhadas 
Ou overdose do Bolo de chocolate 

Luan Gabriel S.S

domingo, 26 de outubro de 2014

Auto-Retrato

Sou aquele cara que fica com a cara feia quando alguém a abraça.
De poucas palavras e de gargalhadas espalhafatosas.
Aquele que passa horas olhando para antigas fotografias 
Recriando os diálogos que a antecederam.

Sou aquele cara cujos olhos brilham quando ela chega 
e que a faz rir como se estivesse num show de humor 
e apesar de reconhecidamente engraçado 
Sou taxado de chato.

Sou Aquele cara apaixonado por aquela garota 
Essa é a melhor definição que consegui 
Se eu não falasse dela não ia falar cem por cento de mim.

Luan Gabriel S.S.

Asas de Ícaro

O Ponto final introduz um novo começo 
E se o sujeito da oração é um sujeito que ora 
Trás a Fé e um sorriso desde o berço 
E sabe que vai chegar sua hora 

Cada cicatriz é um troféu de batalha 
Marcas das madrugadas viradas 
Uma fenda, Uma falha 
Ouvi boatos de uma enfermeira chamada Tempo mas está atrasada

Difícil acreditar que existe uma hora certa  
Se até meu relógio atrasa 
Já não almejo voar, nem ao menos planar de asa delta 
Aceitei minha condição de anjo sem asas 

Na vida é difícil diferenciar vitorias de derrotas 
Mas impossível não me sentir derrotado ao ver você sair pela porta
Ou quando ignorou desviando o olhar 
Se Já fomos TUDO
somos nada mais ...

Luan Gabriel S.S.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O Tempo Não Para.

Estava conversando com um amigo sobre como o tempo está passando cada vez mais veloz, ele concordou'' Outro dia mesmo ainda estávamos no terceiro ano pow''.
Foi quando reparei que meu relógio tinha parado, dessa vez não apreciei a ironia da vida,só pensava nos dez reais que tinha acabado de pagar para trocar a bateria. 

Luan Gabriel S.S.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Outras Bandeiras

Cada um defende seu partido
E parte o Brasil
Como se o maracanã estivesse dividido
e uma torcida mandasse a outra para a Puta que Pariu.

A verdade nunca antes foi tão relativa
para não dizer que ela esta em falta
como faltam propostas de ambos os lados
Para nos salvar nem o Chapolin colorado.

Não há espaço para dúvida
Esquecem que ela é o preço da pureza
Quem não aprende com os livros de história aprende com a vida.
Eu acho mas conto nos dedos minhas poucas certezas.


Luan Gabriel S.S.

domingo, 12 de outubro de 2014

Eu não sou ator, não estou a toa do seu lado.

   A peça se aproximava do seu terceiro ato quando um garoto franzino entrou, ele só tinha uma fala e quando encontrou e se deparou com a plateia congelou. A professora que tinha passado os últimos  três meses ensaiando a turma pensou "eu sabia que não devia ter colocado ele, estupido diretor com aquele papo de integrar todos os alunos, é evidente que nem todos nasceram para está no palco" 
Esse pensamentou durou um momento apenas e quando ela voltou a realidade ele estava falando mas não a fala que deveria."Eu te amo"  o garoto dizia olhando para a protagonista, ele nem tinha nenhuma fala com ela, só deveria anunciar que os soldados se aproximavam e sair de cena mas tornou a repetir " Eu te Amo e declararia isso mesmo se eu estivesse sendo observado por uma plateia, como se nossa vida tivesse virado um filme, Te amo como os Franceses Amavam a liberdade em sua revolução e alias os soldados se aproximam" e saiu. A professora estava vermelha e cobrava uma explicação. 'Eu tinha esquecido minha fala''... ''e sempre a amei'' mas ele não deu voz a essa segunda parte. 

Luan Gabriel S.S.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Dependente

Nossas lembranças juntos era o que eu tinha de mais precioso.
Elas surgiam o tempo todo, quando tocava uma música que a gente ouvia, quando passava por um lugar onde a gente passou, quando eu via uma foto ou quando eu deitava na minha cama.
Como uma droga me levava ao êxtase, eu quase revivia os momentos, meu coração batia do mesmo jeito,aquela sensação que eu não sei explicar de ver você sorrindo por algo que eu falei,quase sentia o Gosto. Depois a dura realidade me jogava no fundo do poço me lembrando que tudo é passado. Por isso como a casquinha do sorvete para não ter nada que me lembre que o que era bom acabou.

Luan Gabriel S.S.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Só uma desculpa para falar do Abraço dela.

Nesse clima politico, ainda mais nesse segundo turno quando as coisas se polarizam. Ou é Vermelho ou é Azul.
Decidi escrever, Não sobre minha posição politica pois isso guardo para mim afinal ela é resultado de uma serie de fatores que passam pelo meus professores de historia do ensino médio, meus tempo na UFPI, As aulas de ciência politica na FSA e tudo que já li e vivi.
Escrevi então como conviver com quem tem a visão diferente da sua.
Para que Rivalidade Maior que Vasco e Flamengo e muitos flamenguistas tem meu respeito.
Se me permite ser sincero, só queria era escrever sobre aquele abraço que ela, mesmo sendo flamenguista me deu quando usava a camisa do Vasco.Nossa sexta Despedida.

  Ela se dizia flamenguista,e se isso pode ser considerado um defeito fico feliz que o único defeito dela fosse esse,mas confesso que até gostava do fato dela torcer do time rival pois assim podia provoca-lá sempre que o Vasco ganhava ver ela fazendo aquela expressão de brava e depois sorrindo,vale mais que o carioca.Quase não falávamos sobre futebol mas sempre que eu usava uma camisa cruzmaltina ela dizia "Eca"sorrindo mas logo depois me abraçava,me mandou uma vez uma foto dela criança com a camisa do Vasco,sempre desconfiei.
  Meu melhor amigo torce para o tal time rubro-negro e por causa dele até torço para que ele ganhe as vezes mas ainda xingo o juiz que marca pênalti em todo jogo(mas só pra tevê) 
   "Não vá dizer que estou ficando Louco só porque não consigo odiar ninguém" Não esquento a cabeça se meus companheiros de curso votam no candidato do outro partido, aprendo muito com seus ideias mas não deixo de lado os meus.Todos querem o melhor para o País, o debate é essencial para a democracia.
    Se o candidato que eu não compartilho da ideologia ganhar vou apoia-lo. Apoiei o Adilson Batista quando ele chegou para treinar o Vasco pois independente do quem comante quero o Melhor para o País e para o Vasco. Diminuir as desigualdades,fortalecer a economia e o Vasco campeão Brasileiro.
    Quando vejo brigas de torcidas penso que o abraço dela é bem mais legal.Futebol é paixão, cada um ama o seu e fim. Ninguém quer que amem sua namorada né ?
     Politica é razão ou pelo menos devia ser, argumente e ouça, ou apenas sorria.

Luan Gabriel S.S.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Esperando o 710

Fico esperando que o 710
traga de volta o sorriso que lembro ter dado na infância
Entre seus passageiros 
Traga aquela que renova minha esperança  

Coloco o boné e sigo na fé
Na estrada do Sol a pé 
Sempre pela calçada 
Minha carteira está vazia e não habilitada

O Sol testa minha melanina 
A mesma que chamou a atenção da menina 
Na Janela do 710 
Desde então sigo esperando o 710 

O 710 vem pela avenida 
Ele sempre cruza minha vida 
Ele me dá a direção
Como uma bussola, um coração

A felicidade não é um lugar 
A felicidade é o caminho 
Lembro daquele encontro no ônibus
Quando fiz dos teus braços meu ninho 

Ele me leva para a redenção 
Para o Auto da Ressurreição
Além do Dirceu 
Onde o horizonte do seu destino se confunde com o meu 

Vejo ele todo dia 
Trazendo uma dose de nostalgia 
Estou esperando o 710 para me levar pela vida 
Esperando com a urgência de uma Ambulância que vem cuidar da ferida 

Quero que seu ônibus demore 
Quando ele parti não chore 
Pois a parada final não é o fim 
Quando ele partiu contigo levou o melhor de mim 

Ainda não sei qual é o meu destino 
Mas sigo andando 
Se me ver com o olhar perdido 
Estou esperando o 710.


Luan Gabriel S.S.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A ultima das vaidades

Lembro da última vez que segurou meu cabelo enquanto me beijava os puxava,Simplesmente não os cortei desde então, pois o amor me cegou e eles cobriram meu olhos Mas agora quase depois de 10 meses decidi cortas os laços e cachos.

"Cabelos longos Não usa mais" Ficaram tão curtos quanto esse texto.


Luan Gabriel S.S.

sábado, 4 de outubro de 2014

Uma noite que devia ser Eterna.

Sempre me orgulhei da minha lealdade e da minha palavra. Fiz muitas promessas,algumas para mim mesmo outras para pessoas importantes, quando elas entravam em conflito quebrava a que fiz para mim mesmo.
Foi o que aconteceu quando eu peguei o circular naquela noite, eu já tinha pegado ele uma vez, no primeiro dia de aula na federal, havia uma greve na época e ele estava super lotado, rodou por quase duas horas e ainda quebrou antes do destino fazendo eu perder as duas primeiras aulas e jurar que nunca mais eu o pegaria Mas...
Mas naquela noite tinha uma festa surpresa,uma amiga minha(nossa,sempre ajudou enquanto fomos um casal) que estava organizando e não podia me convidar pois o pai da aniversariante tinha me proibido de ve-la mas deixou claro que eu seria um penetra bem recebido. Eu pensei muito era arriscado e eu não queria estragar a festa mas decidi ir, eu iria a qualquer lugar por ela...
passei duas horas para convencer dois bons amigos a irem comigo naquela aventura, lembro que havia acabado de sair o último álbum do Charlie Brown Jr e ele serviu de trilha sonora para a gente ali no fundo do ônibus.
o cobrador nos falou onde descer e chegamos na porta do condomínio as amigas dela (posteriormente minhas também )vinheram nos receber,(muita vontade de citar nomes) e elas ficaram surpresas em me ver mas alegres também.
Não vi quando falaram para a pequena que era uma festa surpresa mas vi a surpresa nos olhos dela ao me ver, como estava linda com aquela blusa branca e saia azul longa fui dá os parabéns e ela respondeu que o aniversario era só segunda hoje era só a festa, ela me tratou friamente, tão fria que bebi vodka sem gelo.Vou me render e deixar escapar um nome (risos) Marcella me deu o apoio que precisava para não me senti um estranho na festa,me fez gargalhar ao sair correndo, literalmente, como se disputasse uma prova de atletismo sozinha,pena que ela foi embora cedo e Abraão,grande amigo meu decidiu que era um bom dia para começar a beber o que fez eu deixar a vodka de lado,meu dia de ser o responsável.lembro vagamente que havia outras pessoas na festa porque me falaram depois no dia eu só tinha olhos para ela que era durona e eu não sabia como nem o porque mas se entregava aos meus abraços.Era como domar o indomável. Nos beijamos, ela sorria,estava feliz.
As horas passaram e começaram a ir embora, queria que aquela noite fosse eterna mas eu tinha de ir embora logo o pai dela iria chegar para busca-la.O Fim do feitiço da Cinderela.Eu tentei dá a ela meu boné pois era o que tinha de mais valioso na época, quem me conhecia do meu apego e zelo por aquele boné que havia sido presente da mamãe e ela(pequena) mais que ninguém gostava dele. lembro que uma vez deixei ela levar ele para casa um dia fiquei contanto as horas para ter ele de volta e a ver de novo, na época foi uma prova de Amor.
Voltamos de taxi, contra minha vontade que queria me aventura em outro ônibus mas fui voto vencido mas nem liguei, Abraão cantava no banco de trás pedindo para que não deixasse o samba morrer e eu desejava que a noite fosse eterna.
Ela me mandou mensagem,sms mesmo pois na época eu nem tinha whats app dizendo que eram beijos de despedida.Foi nossa primeira despedida, eu não sabia na época mas haveriam mais seis.



Luan Gabriel - 3 a.m 5/10

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Cotidiano

"Passa o celular" falou enquanto mostrava a arma, "Não tenho" respondi levantando as mão, "o Dinheiro então" mas não esperou resposta foi logo revisitando meus bolsos e se decepcionou ao só encontrar um pedaço de papel. "Passa a mochila" protestei alegando que só tinha meus cadernos,era verdade, tinha o livro da faculdade e pequenas coisas que sempre levo comigo como um boné e um fone de ouvido.
Ele pegou a mochila e foi embora.
Perdi alguns segundos sem saber o que fazer. alertei duas senhoras que iam no rumo que ele foi, pedi para ligarem para a polícia porém ninguém atendeu.
Comecei uma perseguição, corri atrás dele algumas ruas até o perder de vista, não sei o que eu faria se tivesse o alcançado, morrer me parece o mais provável olhando daqui mas quem sabe com a adrenalina, a mesma que sentiram as pessoas que vão a tevê contar sobre seus feitos incríveis, eu tivesse recuperado o livro da biblioteca.
Lá estava eu então longe de casa, sem nada e atrasado para a aula, fui fazer o boletim e quando me perguntou o que levou respondi logo o que tinha mais valor: Um livro da faculdade, depois o que era mais útil: meus cadernos. O policial ficou me olhando como se esperasse que eu falasse mais, disse então meu boné e fone de ouvido mas pensei na nossa foto que eu guardava dentro da constituição e na pulseira que era sua que tinha que prendi no zimper da bolsa.Não bastou você seguir seu caminho tão longe do meu? continuam te roubando de mim.
Dei a notícia para a mãe ela falou que o bairro não tem jeito e ficou pensando em mil maneiras de como ir para a faculdade com segurança."Não vai mais a pé, vamos ver se dá para ir na vanzinha" "vou falar com seu pai, ele vai te levar" depois olhou para mim e falou "Você não vai mais para aula, vai ficar aqui longe das pessoas más" falou isso me abraçando, eu sabia que iria para aula no dia seguinte mas não me incomodei em acreditar em suas palavras,nem quando minha pequena irmãzinha que ouvia tudo veio em silêncio e me abraçou.
Vida que segue.
Segue a Canção.


Luan Gabriel S.S.