terça-feira, 16 de agosto de 2022

Bom Dia, Pun Pun

        Não há tempo hábil para se ler todos os livros, assistir todas as séries e filmes, ouvir todas as canções lançadas, ainda mais quando ainda repetimos aquele álbum de 1990, por isso somos grandes playlist, quando conhecemos algo bom, queremos partilhar com quem gostamos e a combinação de referencias é única, muitas vezes as obras dialogam por mero acaso. 

      Boa Noite, aprendi que quando se trata de internet, nunca se sabe o horário que o leitor vai acessar o blog ainda que ele faça mais sentido de madrugada, mas a saudação se refere ao meu primeiro Mangá, Boa Noite, Pun Pun, que com certeza colocou a régua de corte lá no alto, por ser um primor visualmente, um traço que consegue expor bem as emoções e muitos quadrinhos que poderiam virar um quadro na parede. Sua temática é densa ao abordar Pun Pun, descobrindo o que é o amor, a sexualidade ao mesmo tempo que presencia um caso de violência familiar, o pequeno jovem tão de poucas palavras acaba vivendo tempestades em seus pensamentos ao acreditar que o primeiro amor frustrado teria como consequência a morte. 

    Na sequencia, enquanto o volume dois ainda estava nos correios, eu li, Mônica: Força, onde os autores se utilizam dos personagens clássicos dá nossa infância para tocar em assuntos delicados, nesse caso, os pais que estão na eminencia de um divorcio e a criança no meio de tal conflito. O mesmo tema mas com tons completamente diferentes, enquanto Mônica mostra sua força mental pois é um problema que não pode ser resolvido com coelhadas e consegue mostrar aos pais o que é muitas vezes esquecido, que é preciso trabalhar em conjunto para não gerar uma sobrecarga e tem um final otimista, Pun Pun, apenas se perde em seus pensamentos e imaginação e é trágico como só a realidade consegue ser. 

     Se você quiser parar se acompanhar o jovem Pun Pun no volume 1, não há problema, o final é digno de um fim de arco mas a historia continua e se expande, principalmente para seu tio que lida com uma culpa extrema e Pun Pun continua sendo bom com todos, menos consigo mesmo, e vai crescendo até chegar na adolescência quando perde parte de seu carisma por se rebelar e ser controlado pelos hormônios, Albert Camus fala sobre o suicídio ser a única questão filosófica verdadeira e a temática está muito presente na obra, é preciso estar bem para ler, pois de tanto se afogar nos próprios pensamentos, Pun Pun afasta as pessoas e continua (como todo adolescente) acreditando que um revés no amor significa a eterna solidão. 

     O volume 5, onde estou atualmente começa a se tornar aos meus olhos mais autobiográfico e chegou a mim no momento certo, pois Pun Pun, já não tão jovem assim começa a tentar dá vazão aos seus sentimentos pela escrita de um mangá, e admito que ao sentar para tentar redigir meu livro, o primeiro pensamento é que é grande demais, mas a gente não pode acreditar que é impossível sem tentar. No ultimo domingo fui visitar minha avô, após vários convites recusados de almoços de família que viram jantar, vi que é mais fácil notar o personagem se isolando do que nós mesmos, a leitura está em andamento, o livro está sendo escrito e continuo gostando de ficar no meu quarto mas ás vezes é bom não estar só. 

Luan 


   


sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Então é dia 12.

   Essa é simbolicamente a postagem de número 500, marca que já havia sido superada mas em uma recente revisão, alguns textos datados foram convertidos em rascunhos, outros acabaram perdendo a relevância com o passar dos anos e foram excluídos, atenção em algumas coisas é desatenção a outras, 500 já é um número imenso e é importante destacar o que considero ser mais importante.  

   Desses 500, 41 são rascunhos, seja porque nunca ficaram prontos, ideias que estão sendo amadurecidas ou por apesar de prontos, me lembram algo mais são tão subjetivos que não faz sentido compartilhar. 

   Ao viajar pelo tempo, vejo um Luan de 2011 que escrevia sobre o Amor, com os olhos de um Luan de 2022 que ainda está aprendendo sobre o tema, ao mesmo tempo estou lendo Boa Noite Pun Pun e minha resenha do livro 3 destaca justamente isso, é uma fase que os problemas parecem bem maiores, o 'não' dá garota que gostamos parece significar o fim do mundo ou pelo menos uma vida de solidão, é preciso cair algumas vezes para perceber que não somos de vidro, alguns anos mais tarde uma frase que se repetiu foi, vida que segue, segue a canção.  

   Há alguns poemas que falam sobre as doses de vodca, admito que foram mais poemas escritos do que doses tomadas, foi uma fases bem breve mas que deixou suas marcas. O Luan de 2013 já sonhava em ter seus versos reunidos em um livro, estou trabalhando nesse momento por esse sonho, pois em 2023, vamos chegar a números interessantes, 12 anos de blog e espero que 40 mil visualizações, faltam pouco menos de 5 mil. 


  Como podemos observar, 2013 e 2014 foram os anos com maior volume de textos, fui refletir o porque disso, talvez muito tempo no ônibus enquanto ia para a UFPI, talvez exposto a muitas coisas novas ou talvez com o tempo acabei me tornando mais seletivo aos temas abordados por acreditar que ainda que não tudo, muito já havia sido dito. 
   O blog já não tem as visualizações que teve um dia e apesar de tentar migrar para o Instagram, é mais difícil do que parece, ainda assim seguimos, espero que em breve marcando os poemas em papel, a moda antiga mas que nunca sai de moda, quem me acompanhou até aqui, um muito obrigado.

Luan Gabriel


 

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Supercalifrangilisticoexpialidiso

  Estou encantado com o obra de Sandman e com a certeza que valeu todo o investimento tanto o financeiro quanto o de tempo! O maior vilão era, sem dúvida, uma expectativa altíssima e como é de esperar de uma obra prima, ela supera como uma atleta olímpico de salto com vara, ignorando a barra lá no alto e indo além.  

   Ao ler, os quadrinhos, de forma quase ritualística, sempre antes de dormir para me conectar ao máximo com o sonhar, pude me maravilhar de como a historia era contada sem pressa, destacando a passagem de tempo, se aprofundando nos personagens e nos levando a profundas reflexões, muito a frente de sua época, é quase atemporal.

  Os anos em cativeiro, a lenda de Nada e como a tribo passava de geração em geração, os ensinamentos de sua irmã morte, uma batalha contra um Duque no inferno, um historia de terror, é difícil resumir, felizmente não é preciso.

  Pessoas mais próximas ouviram a exaustão curiosidades como: 

   Os sete perpétuos começam com a letra D. Desespero, Destruição, Destino, Delírio, Desejo, Morte e Sonho, (Death and Dream), acho que desde Desventuras e seus trocadilhos eu não tinha tanta vontade de aprender inglês e conhecer a versão primordial, estou estudando.  

  A adaptação foi perfeita, pois tudo que eu sentia ao assistir era a felicidade de rever momentos épicos na mídia audiovisual e eu entendi as mudanças feitas, sem esquecer que é uma adaptação para outro formato fiquei com um quentinho no coração a cada cena e com uma empolgação genuína que antecedia toda grande cena, uma obra tão a frente da sua época mas que ainda assim conta com atualizações! 

  Nunca havia acompanhado tanto os bastidores e é um enorme carinho que sinto do Neil, ao falar de sua criação, ao falar de como foi reproduzir diálogos das páginas da HQ para a Netlflix e ainda que não seja inédito, me atingiu como a primeira vez.  

 Se Pacificador e Desventuras tinham aberturas impulaveis, os créditos de Sandman são tão bons que é ofensivo que a Netflix dê a opção de pular.

 Meus olhos brilharam a cada episodio, e era um misto de quero ver logo tudo e quero que demore a acabar. 

 Acredito que há melhores conteúdos para divulgar a série mas no meu humilde papel, gostaria de indicar sem medo no coração, como eu fiz com Arcane, como eu faço com o Guia e Desventuras, é uma experiência que vai desde Willian Shakespeare a vilões da Liga da Justiça, passando por Constantine! 

Tanto os livros quanto a série são um porta de entrada para um mundo que até então só existia no Sonhar! 


Luan Gabriel 8/8

 

  

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

A conquista do espaço só vem depois da conquista do espelho

   Já chegando ao fim de um dia de muito trabalho dei play em Lightyear, que estreava no Disney Plus e não tive a oportunidade de assistir no cinema, é preciso se destacar que há muitos fatores para tornar um filme bom ou ruim, alguns depende somente dele, outros são externos, por exemplo, ele pode ter um bom roteiro, fotografia e montagem, mas conta muito se a gente está vendo com alguém especial ou se estamos muito cansados, no fim, avaliamos mais que o filme, a experiência.

   A minha experiência quase foi ruim e por um instante cheguei a me questionar se a Pixar finalmente havia errado, ao chegar a conclusão que não, resolvi escrever sobre. Os olhos pesados atrapalharam o filme no inicio, quando estava preocupado se eu conseguiria distinguir a voz de Marcos Mion após uma pequena polemica ao mudar o dublador do boneco que me acompanha a vida toda, pois o filme é datado no ano do meu nascimento, mas justamente por agora contar a historia do patrulheiro e não do boneco houve a mudança, não me tirou da imersão, segui, ouvindo mas o que você quer me contar?

  Há fatores que são externos mas como um quebra cabeça tudo se encaixa o filme dá continuidade a uma conversa sobre zona de conforto que tive no dia anterior e ao flertar com Interestelar mostra que há dois caminhos e cada um dos personagem escolhe um, enquanto Alisha forma uma família, uma vida e cria raízes em um planeta que ela não escolheu mas se adaptou, Buzz perde os anos como se fosse minutos em sua missão de conseguir resgatar a todos, a garganta aperta pela primeira vez ao mostrar que sua fiel amiga se foi num piscar de olhos, na vida, dificilmente lidamos com o dilatamento do tempo espaço, então se algo se foi em um piscar de olhos, muito provavelmente estávamos olhando para outro lugar. 

  Pausei o filme, dormi e em um novo dia vieram as novas reflexões.

  Uma vida depois e Buzz ainda tinha lições a aprender, se a priori ele negava qualquer novo recruta por não ter a mesma sintonia que ele tinha com sua fiel parceira, ele foi apresentado a uma nova equipe que longe dos padrões da academia buscava somar a sua maneira, Izzy, tem um grande talento de tirar da sua equipe o que ela tem de melhor. Há aquelas frases marcantes, para mim, "Você não precisa salvar a gente, precisar de juntar a gente" em determinado momento que o coletivo iria se sobrepor a habilidade individual. Para quem tiver a referencia existe um "Meteu essa" que com certeza foi apontado numa sala de cinema, como sempre referencias são um bônus que recompensa quem as conhece mas não pode deixar perdido quem estar por fora. 

  O filme faz uma analogia simples, como se come sanduiche, pão carne pão, certo? Ao quebrar o status cor , e sugerir carne pão carne, trás uma serie de argumentos justificando a escolha e questiona se antes a formula era reproduzida por ser melhor ou apenas por ser sempre assim. 

   Outra referencia valiosa é quando o "vilão'' confronta o Buzz, ele pensa que esse é seu pai, fazendo uma referencia ao filme ou a série animada? Eu não tenho certeza, mas havia a brincadeira com Darth Vader que seria o pai do herói, o famoso, Luke, eu sou seu pai.  

  Outra cena que pode ter um destaque mais individual é quando Izzy que a pouco havia confortado Mo dizendo que um erro é apenas um erro, se mostra arrasada e quando lembrada dos próprios conselhos admite que é diferente em suas palavras, "agora é comigo'' de fato, cada dor é muito particular e só acabamos entendendo a amplitude passando pela mesma situação, se a gente for para o significado da palavra empatia, vamos entender o que é se colocar no lugar do outro, não é da nossa opinião mas sim, tentar partilhar aquele sentimento que muitas vezes para fazer sentido, temos de sair do nosso lugar e muitas vezes, da nossa realidade. 


Falando de experiências a diferença do Buzz do futuro e o que é apresentado como protagonista é o contado com Izzy e sua turma, tal relação foi o suficiente para fazer que a sua ideia de sucesso mudasse, e nem me aprofundei na Izzy que enfrentou seu medo de ir ao espaço, vou me contentar em citar Coraline, "Porque - ela disse- quando você tem medo e faz mesmo assim, isso é coragem"
 

 As vezes o sucesso da missão é formar uma família, outras vezes é se sacrificar e conquistar uma campeonato, há subjetividade e o caminho se faz andando. Não há mapa para a felicidade.

  Talvez assim como Buzz, eu tenha esse habito fazer registros que ninguém vai ouvir, mas isso ajuda a gente pensar, faz parte, gosto das simetrias, da Izzy ensinando o que acabou de aprender, "vai aprender na marra" e me senti recompensando pela caneta ter sua utilidade.

Por fim, é sempre bom ver representatividade até ela ser tão comum que vamos deixar de comentar ^^ 


Luan Gabriel 04/08/22