sexta-feira, 26 de abril de 2019

Poesia é um porre.

Poesia nunca foi sobre conquista
É mais sobre deixar pistas
Quase sempre sobre momentos que já passaram
Rápidos como um sonho e por isso estávamos muito ocupados para fotografar ou escrever

e apenas relendo os rabiscos podemos, por um instante, reviver.

Poesia é quando nada nos resta além de memorias
É eternizar o efêmero
É curar o enfermo
É oposto da fotografia com filtros
E expor as feridas, as falhas, o erro.

Poesia é ter ciência é de que não temos nada
Ou o que temos é algo que já passou
Poesia é o que nos resta quando queremos vários copos de uma mesma bebida
Ou mesmo quando não queremos nenhum, e mastigamos a dor a seco

ou sentimos a água na boca se a lembrança for boa.

Poesia é um porre. 

Luan G.

sábado, 20 de abril de 2019

Taça Rio

    Sempre te falava de como era um desperdício quando a chuva batia a janela e você não estava perto o suficiente para bater a minha porta. (Texto: Uma flor que nasceu na chuva)


    Em dias como hoje, gostaria que você estivesse por aqui, só para eu me desconectar.
Esquecer o jogo no Rio de Janeiro, te contar sobre meu jogo as margens do rio Poty, tirar minha camisa só para ver ela em ti.
   Ouvir a Banda do Mar cantar “Fora desse quarto o mundo tanto faz”.
   Poderíamos assisti Lost mais uma vez, assisti Game of Thones pela primeira vez...

   Se eu fosse o roteirista da vida nossa história teria começado há muito tempo, mas apesar de eu ter a vaidade de me achar escritor, o roteirista não sou eu, e até tento ver o lado bom, há espaço para surpresas.
    Acho que precisávamos traçar outros caminhos, amadurecer, até mesmo provar outros sabores para valorizar como é raro ter alguém que nos entenda, até o que o nosso silencio quer dizer.
    Chega a ser bobo mas é um sentimento libertador ter a convicção que queremos o bem de alguém, canaliza todo o carinho que meu coração sempre quis dá, para você tenho guardado o Amor que aprendi ouvindo Nando Reis.
     Vem se perder no meu mar de cachos, quem sabe assim eu me acho, ou me perco ainda mais no seu cafuné, hoje Teresina fez frio só para eu ter a chance de te aquecer

(Enquanto isso a chuva bate na janela, bem que podia ser você batendo a porta, até lá o Gato me faz companhia)

(Gato)

31 de Março 
Luan Gabriel 

domingo, 7 de abril de 2019

Uma flor que nasceu na chuva

    Sempre te falava de como era um desperdício quando a chuva batia a janela e você não estava perto o suficiente para bater a minha porta.
Foi quase ironia do destino que os volumes dos rios nos afastassem. Anunciavam estradas alagadas.
Felizmente, como num filme o problema era o segundo ato e antes do terceiro surgiu a solução. Teresina a cidade mais próxima do Sol, fez jus a sua reputação, abrindo caminho para eu chegar a ti.
Enquanto dirigia podia esta tocando na rádio aquela canção do Nando Reis, ''Por onde andei", claro que com algumas adaptações, cheguei vindo de outros tempos mas no horário (misturado com Humberto) e o carro nem foi roubado, apenas sofreu alguns arranhões.
    Tive de ler o pequeno Príncipe algumas vezes até entender que cativar demanda tempo, mas tornar um estranho alguém como qualquer um em alguém especial, é único, é como transformar carvão em diamante.
    Lá estava Você, sabia que era mais linda pessoalmente pois nenhuma câmera seria capaz de capturar cada detalhe, ainda assim, a teoria não chega aos pés de presenciar a tradução de beleza, física também mas não só. Doce como um mashmallow (que imagino ser doce) e se derrete quando lhe mordo tentando descobrir.
Quando os lábios se tocaram, queria poder congelar o tempo, a bateria do meu relógio estava viciada mas nem ela fez o tempo andar mais devagar.
Viver o momento, criar memórias.
     Tenho 3 mil beijos para te entregar (sujeito a prorrogação) mas o gosto do primeiro não sai da minha boca, lento, inesperado, inesquecível.
Tenho de falar da sua pele macia, de como respondia os textos longos, tocando item por item, eu diria que aprendeu sobre impugnação específica mas sua área envolve acelerar corações e consertar ossos (espero), de como encaixávamos como um quebra cabeça, onde meu peito era o par da sua cabeça. Nem liguei a Netflix pois não tiraria os olhos de ti, menos é mais e simplicidade eu encontrava a plenitude.
     Te escrevi em uma semana o suficiente para formar uma pilha de cartas ou alguns megabytes.
Fazia questão de voltar a escrever a mão, para você ver minha caligrafia.
Fazíamos gráficos para debater sobre se um gesto era fogo ou fofo, eu tentava argumentar que podia ser ambos, mas eu dei nome de gato ao meu cachorro, talvez não tenha ao meu lado o entendimento majoritário.
Claro que há coisas que ficaram de fora até mesmo das entrelinhas o que é tão nosso que só existem nas nossas lembranças.
      Continuo bebendo água e a transpirando nos treinos na vã esperança que você esteja torcendo em um dos jogos.

Luan Gabriel