domingo, 16 de maio de 2021

Batida

   Era fim de domingo de um fim de semana bom, quando as energias se renovaram para inicia uma nova semana ainda que ao mesmo tempo estivessem acabando pela proximidade do sagrado sono, estava no sinal, mais 3 e eu estaria em casa, fingindo procurar algo na netflix até adormecer... quando BUM, um motoqueiro vai ao chão após bater na traseira de um taxi e ricochetar na lateral do meu carro.

MERDA! 

   Sem capacete, bêbado e prometendo que pagaria se acompanhássemos até sua casa, meu celular sem internet ou possibilidade ligar servia apenas para iluminar o amassado, nessas horas a gente pensa, "Por que comigo?'' ou '' por que não sai 5 minutos mais cedo ou mais tarde?'' 

   Diante do caos me emprestaram um celular que usei para ligar para minha namorada que morava a algumas ruas dali, a promessa de pagar sumiu quase tão rápida quanto ele subindo na moto e fugindo e no auge da minha indignação eu o perseguia pelas ruas estreitas e curvas fechadas com os batimentos tão acelerados quanto o Gol 1.0 que exigia ao máximo do seu motor até que ao alcançar, explodi com os piores palavrões que eu pude pensar mas principalmente questionando a falta de palavras e honestidade, a vontade era resolver a irá com os punhos mas não parecia valer a pena bater em um covarde que talvez fosse incapaz de se defender, me lembra o Rabicho do Harry Potter.

    Fugiu, deixando o sentimento que agir correto não gera uma reciprocidade, a viatura de policia que passou em seguida só reafirmou que nada poderia fazer e que estava indo atender um chamado de um marido que agredia a esposa.  

    Chegar em casa com a mãe dizendo que talvez se chegasse mais cedo, mas que o carro não vale nossa saúde. o stress.


     Fica o amassado, a desesperança, o prejuízo e a certeza que o mundo está longe do que poderia ser, do que deveria ser, onde a honestidade é tão rara que é considerada falta de esperteza por oferecer algo que ninguém lhe ofereceria.



16/05