Sempre fui bom em caminhadas, um misto de vocação e necessidade para economizar o dinheiro do ônibus que usei para comprar livros e conhecer outras épocas, acabei conhecendo a cidade, gosto de pensar que se a temperatura fosse mais amena eu teria ido mais longe, porém, com o protetor solar não deixo de ir. Por ironia do destino ou não as melhores ideias surgem sem papel por perto.
Hoje fazia uma série de Supino, aumentando o peso e com as mãos focadas em não deixar uma barra de metal cair sobre mim, me veio uma lembrança que a muito não vinha...
Estava voltando do colégio, talvez de uma educação física ou aula na parte da tarde, com meus 10 anos, os meninos mais velhos que estudavam pela manhã estava reunidos, logo descobrir que tinham rojões, talvez fosse perto das festas juninas, colocaram dentro de uma garrafa de vidro, e correram sem olhar para trás, eu olhei, era atrás de um ponto de ônibus e um caco veio na direção do meu olho e em um momento digno de homem aranha, coloquei a mão na frente do olho e até hoje tenho a cicatriz, que é só um risco mas foi enorme durante muito tempo, inchava e eu machucava até fazer um tratamento.
Talvez, depois dali tudo seja lucro.
Esses dias um ator morreu, e a noticia foi dada no twitter (x) em uma linha, fiquei pensando quantas linhas resumem minha vida. Ler Fogo e Sangue e notar que gerações poderiam se resumir a uma linha me assustou um pouco mais, saber que eram os nobres e que a plebe se quer tinha nome, um pouco mais.
Saindo das telas, na mesa do bar os amigos comentaram que fulano não gosta de mim, revirei as memorias e não consegui lembrar o motivo.
Por jogar como se não houvesse um amanhãApesar dos anos, sinto as dores como se fosse ontem
Longe de ser santo, reconheço os erros