domingo, 25 de maio de 2025

tradução

   Toda tradução tem uma perda. 

   Ao começar o curso de inglês a professora questionou o motivo de cada um, entre viagens e qualificar o currículo, eu só consegui pensar que eu gostaria de ler The Beatrice Letters, mesmo já tendo lido um tcc explicando porque o jogo de palavras era tão integrado a língua que sua tradução deixaria de fora a essência, o texto tinha metade da página com a tradução e a outra metade, notas explicando, um ótimo material.

    Sempre gostei do rock nacional por priorizar as letras mas ouvir outras canções tem aberto um mundo novo. Tenho minha edição de Os Miseráveis me esperando mas um livro que não da para ler fora de casa, parece que sempre precisa de mais tempo, e os dias sempre parecem tão corridos, mais do que traduzir de um idioma para o outro, são mídias diferentes, hoje, de forma muito atrasada, assisti o musical Wicked e durante o filme já me questionava como seriam alguma cenas no livro, e por mais que eu tenha gostado da obra, tento ir, cada vez mais em busca da origem.

     É contraditório, pois por mais que eu defenda que a obra original sempre vai ser melhor, vamos citar game of thrones, que eu pensei que era a melhor série do mundo até ler os livros e ver que o potencial só foi arranhado, mas ao mesmo tempo, a versão da Ashley Johson de Take on me, já tocou mais no meu fone de ouvido esse ano do que o A-ha na vida inteira.

      A segunda temporada de The Last of us, tinha um desafio, adaptar uma historia densa, onde vemos o outro lado, de forma forçada. Se você está por dentro, sabe que a morte do Joel dói, sabe que o jogo faz a gente andar com a assassina dele, pelos corredores, salvar amigos e desconhecidos, fazer amigos e ... 

     Se The Last of us é o jogo da vida de muitos é porque ele é incômodo. Corajoso, ao tentar ensinar uma lição, ao abrir mão de heróis, ao nos apresentar vilões, ao nos fazer descobrir que alguns a gente já conhecia e gostávamos dele, mais do que isso, gostamos. 

     A série é visualmente linda, muitas cenas parece que tiveram o cuidado de colocar exatamente como o game, mas falta entender, algo chamado motivação. O que faz a Ellie ser Ellie, o principal fica fora do resumo. Não que o resumo seja de todo ruim, talvez a diferença entra um pizza congelada e aquela quentinha na noite de domingo ao lado de quem amamos seja algo que foge a simples matemática, não basta ter os mesmo ingredientes, o tempo de preparo é importante, detalhes... 




     Ainda assim gostamos, nós empolgamos ao ver ou rever uma obra que nos marcou voltar. Hoje talvez o tempo não permita que eu entregue tantas horas para acompanhar a Ellie no ps4 mas a historia me marcou, um dia na pele, em forma de tatuagem, mas é importante coisas novas. Conhecer Karlash e Umbralma em bg3, conhecer a versão da Elphaba ao invés do mágico mais uma vez. 


A gente sempre pensa que tem mais tempo, até que ele acaba.