Tenho um caderno de cartas que escrevi para você, ainda que agora me dei conta que não sei o seu endereço (até sei chegar mas não sei o nome da rua), mas passo para o papel para quem sabe um dia mexendo na gaveta eu possa lembrar o que hoje acho impossível de esquecer, também me dei conta que a letra começa bonita mas se torna apressada na tentativa de acompanhar os pensamento e com medo de perder algum como os que foram perdidos enquanto o computador ligava, aqui não tem minha caligrafia, muito se perde mas há uma chance de chegar a você, vamos torcer.
O limite de linhas me lembrar a hora de parar e a página seguinte que eu posso começar de novo e te conto sobre o livro que estou lendo e como nele as cartas são algo precioso, falo da chuva que bate a janela e comento que se estiver com medo dos trovões poderia me abraçar mas não que eu esteja com medo, afinal tirei o vídeo game da tomada e o espirito que mexer contigo é que deve ter medo de mim.
A carta não exige uma resposta imediata, não tem confirmação que chegou ao destino, sempre há uma dúvida se o pombo correio chegou ao destino e deixamos um pouco na mão do destino, o que for para ser será.
Escrevi uma carta e coloquei numa garrafa como se a jogasse ao mar que por seu capricho e tamanho razoavelmente grande, ela ainda não chegou a você, ainda.
Há uma centena de áudios que te mandei com uma duração que só você tem paciência para ouvir, sinto que estou produzindo um podcast, onde você é toda a audiência, onde você é toda a audiência que eu preciso, mas quem sabe se fossem cartas você poderia guarda-las numa caixa de sapato, megas e gigas são tão abstratos.
Por fim, depois de anos você diz que me encontraria no escuro só pelo meu cheiro, gostaria que soubesse que ainda tenho o perfume que usava para ir te ver e que confie nos seus sentidos, lembro de uma cartinha que você me fez e enviou nela um pouco do seu perfume, como tudo que tem valor era finito então assim que eu puder espero sentir ele direto na fonte.
atenciosamente, Luan
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