segunda-feira, 24 de março de 2025

Quarta- feira de cinzas

O centro estava completamente deserto
E esse era o problema, sem nenhuma alma por ali
Encontrar alguém era não ter o auxilio de ninguém
Existe civilização quando tudo que podemos contar é a força dos braços?

Seguia na contra mão, e as últimas gotas do banho
Encontravam as primeiras gotas de suor
Ao chegar na urgência, tenho a previsão que dentro de 1 hora
Perguntaram o que eu estaria sentido e se eu sobreviveria a mais uma hora de espera

Felizmente, o ceifeiro não estava tão próximo, com isso
Sentei, busquei na mochila um livro
Mais grosso que o último que chegou ao fim antes do chamado

A hora passou lentamente, capítulos depois
Ouvi meu nome de forma roborizada
Fui informado que iria sobreviver
E diante dessa nova perspectiva me atentei que a fome reinava

Eram 17:30, o caminho mais curto seria pelo centro vazio ou poderia arrodear
e acompanhar o percurso dos ônibus
O cansaço me fez ser ousado
e voltei, observando cada esquina

Apertei o passo, como se, a luz solar oferecesse alguma proteção
O relógio fazia sua contagem regressiva da bateria como se fosse a minha
Entretanto tinha forças para apitar que dobrei a meta de passos.
O céu estava cinza mas cheguei em casa antes da chuva.

7/03

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