Ele caminhava pela praça,era a primeira vez que saia de casa em muito tempo.A praça era a mesma ele que havia mudado, Envelhecido dez anos ou mais nos últimos meses.
Usava a camisa da seleção Brasileira, A azul de quando o time foi campeão em 94 um ano antes dele nascer e ouvia comentários que criticavam o técnico depois da dura derrota em casa,ele mesmo permanecia calado pois a vida já havia ensinado algumas coisas.O chinelo era o mesmo que o havia levado para os quatro cantos da cidade e havia deixado suas pegadas em cimento fresco pelas calçadas muito mais por desatenção do que por vandalismo e era no chinelo que ele pousava os olhos enquanto caminhava pela praça que era cheia de lembranças, a brisa era ótima e a canção que tocava em seu fone de ouvido estava quase no solo e sua boca cantarolava um desafinado " Lá Lá LáLá Lá Lá Lá ''
Foi então que o destino mostrou seu senso de humor colocando em seu caminho uma garota mas não uma garota qualquer e sim a unica garota que mexia com ele de uma forma que ele ainda não havia determinado se era bom ou não,um sorriso surgiu em seu rosto de forma involuntária. Não havia mais como fugir mesmo se passasse direto ele iria passar o resto do dia relembrando.Sim,relembrando pois eles tiveram uma historia justos igual a todas historias de Amor sendo que cada uma é totalmente particular,um foi o primeiro namorado do outro,o pai dela não aceitava,namoraram escondido,viraram madrugadas no telefone fazendo juras de Amor,viraram Madrugadas no telefone chorando e renovando juras de Amor, de encontravam nessa mesma praça e quando o pai dela finalmente deixou ela não quis mais colocou um ponto final e seguiu a vida, ele encarou de forma diferente até bebeu umas vez mas seu maior vicio era sua poesia, parece até romântico para quem ver de fora mas era um erro terrível e ele sabia disso mas repetia para si "Não é necessário acertar sempre" e o Destino assim como as ondas do Mar trouxeram de volta o que ele levou.
Ela estava com aquele amigo dela, 'apenas cumprimente e siga em frente' ele repetia mentalmente pois assim que visse aquele sorriso era difícil se concentrar nos comandos mais simples.
Ela viu ele se aproximar a antes de ele acenar ela se despediu do Amigo. Por causa dele ou o cara já estava de saída? Ele se perdeu nesse pensamento até ser acordado com ela dizendo o seu nome Biel,não era exatamente seu nome, era mais um apelido que somente ela usava e com um tom de voz inconfundível.
- Biel ! - Falou ela num tom de voz que é tão descritivo quando o cheiro que nos lembra a infância, só sabe quem viveu e ele já havia ouvido inúmeras vezes infelizmente a ultima vez ele foi acompanhado das palavras Adeus, Seja Feliz... Seja feliz ? ele ainda se questionava se havia ironia maior.
-Oi, Tudo Bem? - Se aproximou para um abraço e beijou a bochecha um pouco desconfortável meses atras os corpos se entendia perfeitamente,meses atras o beijo seria nos lábios e não na bochecha.
- Sumiu - Falou enquanto tirava o cabelo do rosto, ele tinha um plano ? Já não sabia.Sentou ao lado dela.
- Não tenho saído muito de casa - Ele se questionava qual o rumo teria aquela conversa e tremia sua perna esquerda, velho tique, pensava muito em outras coisas e respondia sem pensar ,Tipico.
- Nem visto TV? - Ela sorriu! Sorriso lindo,pensou ele,Como vivi sem esse sorriso? Acho que apenas sobrevivi.Ela fez uma pergunta,Algo sobre Tv. Tenho de Responder.
- Tenho Sim, Por que? - Respondeu mais ainda pensava no sorriso.
- Sua camisa, Brasil perdeu de goleada ontem - Ela riu, e se me permite dizer aquela risada devia tocar no radio,existe um número para o qual as pessoas que querem cometer suicídio ligam né? Devia colocar a risada dela lá também. Claro que ele sabia dá derrota, assistiu o Jogo e mesmo se não tivesse assistido o resultado passou em todos os jornais de todas as emissoras sem falar da programação interrompida para dá noticias de ultima hora.As redes sociais foram tomadas por uma onda de piadas, criticas e declarações de patriotismo.
- É que torço pro Vasco -Eca-Disse ela sorrindo, estava de bom Humor- Eca nada - Ele continuou- Nossa torcida apoia na Vitoria e derrota.
Ela não devia esta muito afim de falar de futebol pois já não prestava atenção na resposta se preparava para pegar o boné que ele usava. Ela sempre fazia isso quando eles se conheceram e ele nem usava muito boné mas se tornou um usuário frequente do acessório mas ele nunca disse isso a ela.O boné que estava usando era novo, ele tinha aposentado o que lembrava ela e só usa os outros 4 que tinha.
- Nossa Seu cabelo está enorme, vai corta logo!!
- Eita, Obrigado, deixa eu ir embora - Mas antes que ele levantasse ela segurou o braço dele
- Estou brincando chato - Era como ela chamava ele nos momentos felizes que tiveram
- O cabelo está grande mais a saudade está maior - Assim que ele falou se arrependeu, que coisa idiota a se dizer.Eles já tinham terminado, cada um dos seus poucos amigos tinha dito para ele seguir em frente.Não era para ele sentir saudade e definitivamente não devia deixar ela saber que ele sentia.
Ela ficou sem palavras,costumava ficar quando falava com ele, logo era que era tão falante.
-Não corta desde quando? - Ficar sem resposta era algo que ela não ia aceitar.
- Desde a ultima vez que a gente se viu - Quando a ultima palavra foi dita era a vez do silencio.Duas vezes seguidas, ela não costumava ficar sem saber o que falar longe dele, ela sempre tinha uma resposta rápida mas hoje não e é mais que obvio que ela não ia falar isso para ele.
O Amigo dela voltou, ele pegou o boné de uma forma que não fosse bruta mas que mostrasse que ele estava serio se é que se pode mostrar isso pelo modo que se pega o boné mas ela nem precisava ser tão atenta ao detalhes pois ele sempre carregava um sorriso no rosto e ele sumiu quando o Amigo deu um abraço apertado, talvez não fosse apenas uma amigo, colocou o boné e inventou uma desculpa qualquer ele não tinha planejado terminar o dialogo ali mas aquele abraço o trouxe de volta a realidade o dialogo havia terminado três meses atras.Ele saiu pensando se raspava o cabelo e não olhou para trás, Talvez por medo de virar um estatua de Sal,Não.Com medo de ver uma cena que amargaria sua boca e seguiu em frente, um moicano, vou cortar moicano.
Luan Gabriel S.S.
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