quarta-feira, 30 de julho de 2014

Se Sentir vivo

    É na primeira arrancada quando a cabeça diz uma coisa e o corpo não consegue executar que você percebe o quanto a solidão cobra seu preço (noites viradas e pizza como refeição principal) é isso que me vem a cabeça quando o atacante passa por mim e não consigo acompanhar. A primeira vez que sinto vontade de cortar meu cabelo é quando ele cobre meu olho no meio do lance, a vontade some quando corro e o vento o balança. 
     Falta folego? Falta, as primeiras partidas são irreconhecíveis, parece que o peso dos anos está muito pesado mas depois do primeiro carrinho, do primeiro ralado, da primeira dividida o corpo já entendeu, 'estamos de volta, vivos novamente". A última partida é a mais gostosa o corpo esta no limite e como é bom alcançar o limite, é um auto conhecimento, é saber a hora de chutar para frente e a hora de usar o último na gás no contra ataque.
      Fim de jogo, o placar fica no segundo plano, a canela ainda lateja e a coxa pede atenção. É Hora de volta para casa, a pé pela avenida Barão por onde tantas vezes andei voltando da escola mas admito que gosto mesmo é andar de noite, sem camisa recebendo a rara e muito gostosa brisa noturna, penso no texto que agora escrevo enquanto ando, devagar pois o cansaço é proporcional a satisfação, infelizmente muito se perdeu por lá mesmo, pensamentos que vem e vão 
     As pernas reclamam, será se a cidade está maior? Talvez mas por aqui é tudo o mesmo! Eu que mudei é é engraçado pensar nisso enquanto converso com minha sombra projetada pelos postes, se meu cabelo não fica bem na foto forma uma sombra linda que me acompanha em momento tão intimo. Muitos carros na rua mas do que no meu tempo de colégio com seus faróis que mais me cegam do que me mostram o caminho.

     A câimbra Finalmente chega, há tempos eu não a sentia, Pode entrar e se sentar, Pode me forçar a me sentar, tudo bem , Estamos em casa.    

Luan Gabriel S.S

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