Quando eu era criança e ainda morava no Pará, no quintal lá de casa um casal de bem-ti-vi fez um ninho em uma das árvores,descobrimos isso quando um deles nos deu um rasante quando fomos lá, saímos correndo e passamos uns dias sem voltar lá até que ganhamos umas arminhas de água. Adorávamos brincar de faz de conta e na nossa mente o passarinho era uma jato militar e nos a infantaria. Nunca acertamos um tiro, nenhum pingo de água atingiu a ave,ficávamos mais preocupados em desviar e rolar pela grama, a mesma grama que jogávamos bola e que aparava nossas quedas do pé de goiaba,aquela grama tão gostosa,bem verdinha quando o Sol a iluminava.
Passamos algumas tardes nessa guerra sem vitimas contra a força aérea da natureza,entravamos em casa sujos com as crianças da propaganda do OMO mas a mãe não tinha aquele mesmo sorriso.
Certo dia um vizinho mostrou um bem-ti-vi morto em sua casa, disse que era nossa culpa que tínhamos estressado o Animal,depois daquele dia nunca mais foi legal brincar com arma de água.
Bem-ti-vi tão pequeno e tão corajoso,sempre protegendo seu ninho não importava o tamanho da ameaça, quando escuto o canto dele lembro do que é defender a família e da infância na grama.
Luan Gabriel S.S.
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