terça-feira, 14 de julho de 2020

Suco de maracujá

   Quando criança sempre recusei o picolé ou qualquer outro tipo de sobremesa, na minha mente não queria me acostumar com nada que eu pudesse perder, a exceção era a cocada após o almoço de domingo que comia com minha mãe assistindo os filmes locados pro fim de semana.
   Voltando ao ponto, duvido que meu sacrifício tenha alterado as financias dos meus pais ou que tenha me tornado mais forte para as adversidades, acho que alguns prazeres são efêmeros mesmos, por melhor que seja o almoço não substitui a janta.

Ah entretanto sempre uma exceção né? É o que dizem...

   Lembro de umas dezenas ou centenas de beijos, que infelizmente não chegaram a ser milhares de beijos em 2015 que apesar de efêmeros, como conjunto acabaram tendo significado que sobreviveu como uma lembrança boa pois quando eram vividos, cada fim de beijo era o convite para o próximo, sensação que sinto ao comer nutella, uma colherada seguida da seguinte pois a sensação é muito breve e na tentativa de estende-la acaba-se o pote.
   Talvez certas coisas sejam tão efêmeras que só fazem sentido em conjunto, se você for somente um dia a academia, não terá resultados, os crimes habituais se só houver uma única conduta se torna atípico.
  Hoje em dia, gosto de guardar o chocolate pra depois, para ser combustível em um dia ruim mas se estou na vontade não deixo pra depois, na incerteza do amanhã é importante ir dormir satisfeito.
  Claro que ao mesmo tempo é importante ir plantando sementes para colher depois, o equilíbrio seja a ser a chave, viver o dia como se fosse o último na esperança que não seja.
   Se eu pudesse ter dado um conselho para mim mesmo, diria para tomar sorvete tranquilo.

   Queria que um eu do futuro esteja escrevendo algo como foi bobagem se preocupar tanto e que as coisas acabaram dando certo e que eu devia ter ficado mais tranquilo.

Até lá vou apreciar o prazer momentâneo de um suco de maracujá




Luan 

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